17 de janeiro de 2012

vivo esperando que as pessoas me digam que juro que não sei o que gostaria que elas me dissessem apenas digam mesmo que não seja nada mesmo que seja um nada ou um nada muito importante ou algo importante que você não vai dizer por não confiar mais em mim ou por achar que vai reatar qualquer coisa se começar qualquer assunto comigo mesmo que seja um feliz natal de merda eu aceito não dói dizê-lo a não ser pra quem espera ou pra quem o diz com amigdalite mas não te peço nada dito apenas escrito apenas um aceno apenas um estou aqui e ainda penso em você de vez em quando quase nada mas o suficiente pra te dedicar uma palavra um feliz natal de merda e então me pouparia de viver esperando de qualquer um qualquer coisa que se pareça com uma lembrança mal resolvida que quer ser lembrada ou com uma vontade de continuar aquela conversa de bar que virou uma coisa e outra e outra e outra e foi virando até começar a dar vontade de ser mais e se você fizesse isso meu deus! eu mandaria pro inferno essa amígdala que dói a cerveja que eu bebi hoje e deixaria de ser essa mulher de livro de auto-ajuda que sem querer me torno às vezes que espera supondo que a espera desperta a espera no outro e o outro cansado de esperar vai te procurar te lembrando assim que você havia deixado de esperar há muito tempo e te fazendo crer piamente que as coisas acontecem quando você menos espera, quando você menos espera!

e é por isso que eu vou esperar só mais um pouquinho agora.

12 de janeiro de 2012

sempre olhar pra fora idealizando o que seria o outro dentro
(um outro dentro)
um dentro só não molha
e um fora é só o que há entre dois dentros

manter-se em local úmido e arejado
de preferência com a face voltada pra cima
pra que as estrelas não caiam na calha sem serem vistas
fora do alcance
fora
das roupas
da sobriedade

lá onde os outros estão
pedindo pra você entrar, e ficar.