1 de abril de 2012

uma última palavra sobre.

de tempos em tempos, te confiro. de luneta em mão, tento enxergar qualquer banco de areia da tua ilha movediça. e da linha arredondada do horizonte vejo escrito: acabou. estou feliz aqui. você está feliz ali. se bem que dizer... bem sabemos que a alegria ou o pesar de qualquer um de nós só se constata na presença. e estamos distantes. melhor assim. meus portos seguros agora são muitos, ou nenhum. o seu, bem posso imaginá-lo, no seu típico mar revolto de incertezas, piscando fraco em meio às tempestades das tuas escolhas. eu estou no interior, na água doce e hostil, mal te vejo. bem queria. só o que se mostram são encontros distantes e fortuitos entre faróis e embarcações inseguras. que não sejam apenas luzes. que te amem. antes eramos duas embarcações, talvez. duas naus naufragando de mãos dadas, encontrando uma na outra um porto. éramos separados por oceanos, por horizontes molhados. na garrafa, um cheiro de rum impregna o pergaminho que diz: "vou indo, vai indo, nos perdemos aqui, nesse desencontro." e no mar mergulho, esperando-t.... esperando-um-te. te cuida, pois já tirei essa tarefa da lista dos meus pensamentos. terei que dar uns pontos nesse coração.