11 de dezembro de 2008

Sucedeu assim:

O conheço.


Sujeito de opinião, nunca deixa de dizer o que deve ser dito. Tem criatividade, não nego. Suas ideias são umas das únicas que me disponho a ouvir aqui. E é engraçado, como é engraçado! Faz rir com a leitura de um texto... escrito por ele. É alto, robusto, cabelos negros, pele morena clara, olhos....não reparei ainda. Devem ser bonitos. Mas namora, de certo. Vive de abraços com uma menina de cabelos lisos e loiros, não deve nem saber que eu existo. E atua bem, o desgraçado. Gostaria de conversar com ele um dia desses.

Simpatizo com ele.

Ele sabe quem eu sou! Me criticou por certos comportamentos agressivos que tive. Percebi então uma pequena falha de sua dicção, com certeza agravada pela crítica recebida. Mas a crítica não foi de todo ruim, pois pude enfim ver seus olhos, escuros e profundos, olhos de questionador.
Tinha certa empatia, de fato. Conversava abrindo os braços, em gestos teatrais e hipnotizantes. Na despedida, por vezes senti uma atração inusitada, que mais tarde seria confirmada por um amigo, dizendo: "Foi recíproco."

Gosto dele.

Me chamou para ajudá-lo como réplica num teste. Eu aceitei de pronto, quem sabe por impulso. Antes do ensaio, nos comunicamos por olhares e toques desinteressados. Esse diálogo não foi pré-combinado pelos envolvidos, ocorreu enquanto éramos embalados pela ladainha de um amigo. Suas mãos são grandes e me envolvem, sem que tenha que encostar em mim para isso. Havia algo ali. Algo que se assemelha ao breu da noite.

Quero beijá-lo.

Esqueceu-se de mencionar do beijo ao fim da cena. Neste ensaio, misturaram-se temor, profissionalismo e uma vontade não reprimível de tornar o personagem real. Vi falta de coragem nele, como se não bastasse a minha. Num impulso, o beijei. Não creio que ele acreditou.
Mas minha vida não admitia novos compromissos no momento. Gozava da liberdade dos solteiros, e isso me era valioso. Não queria nada mais.

Me apaixonei por ele.

A noite me encobriu então. Tateei no escuro a procura de algo que se assemelhasse com a razão, não encontrei. Seus olhos se tornaram penetrantes e seus beijos me impediam dar opiniões equivocadas. Diz que sente o mesmo por mim, embora eu nunca tenha compartilhado desse meu veredicto com ele. Sua personalidade me confunde, com suas mil ramificações, que me desviam de encontrá-lo na origem. E de certa forma, elas me tragam ainda mais para o precipício que fatalmente viria.

O afastei.

Tive medo. Meu coração batia mais rápido, seus abraços se tornaram mais rápidos. Tudo se acelerava, e ao mesmo tempo se distanciava. Ninguém entendeu o que passava comigo. Tive necessidade de mim. Me tornei ele tão rápido que esquecera os motivos que me fizeram o querer. Não há culpado, mas o fiz vítima. Vítima da minha incerteza.

O amo.

O que antes era propriedade dos olhos pode hoje ser traduzido - em parte - para palavras. Mas as palavras proferidas ainda não transmitem calor que o aqueça, ou um carinho que o acalente. Quereria apagar certos momentos do passado que hoje me constrangem. Mas somos feitos do que se passou. Nada de ruim nunca pôde acontecer quando estive segura por ele. Faz duma tarde abafada e entediante de terça-feira um sonho intenso e concreto. Me elogia, ainda que o espelho me xingue. Me ama, sem dúvida. Hoje ainda o conheço, e melhor. Simpatizo com ele, gosto dele, e continuo a querer beijá-lo. Me encontro apaixonada por ele ainda.
E o amo, inevitavelmente.

18 de novembro de 2008

Luto à Incoerência da Morte



Seria hipocrisia minha me referir a ele como um grande amigo que tive num passado não tão distante. Era antes um colega, com quem na realidade nem tive muito contato, e o pouco que tive, escasso pela falta de afinidades, extinguiu-se inteiramente durante o duro processo de separações colegiais.

No entanto, a morte dele na última semana cruzou com a minha vida de tal forma que se torna difícil dizer que ele foi alguém que simplesmente passou despercebido em minha vida.

Sua morte nos desperta para um sentimento mais elevado que o pesar, para uma saudade maior do que a movida pelo contato cotidiano. Sua perda nos torna incrédulos perante inevitabilidade da tragédia.

Repito, não era sua amiga.
Mas ainda lembro da alegria que parecia não cessar em sua fala desajeitada e nos seus modos bagunceiros.
Uma alegria que chegava até a irritar, às vezes.
Uma alegria que nos torna cegos diante do motivo que o fez partir.

E ainda assim, a pergunta não é: "O que o fez optar pela morte?"
E sim: "O que não o fez optar pela vida?"

Se me permite, nossas relações se estreitaram por essa tragédia.
As tais "afinidades" supervalorizadas do dia-a-dia perdem seu efeito preconceituoso numa situação dessas.
Tornamo-nos mais afins; Unimo-nos, mesmo que separados agora por uma barreira temporariamente intransponível.
Gostaria de ter sido sua amiga agora.
Não para te convencer a não se matar, mas para ajudá-lo a ver que a vida não é tão ruim assim.
Sinto pelos seus pais, amigos e parentes... pessoas que te amam e que fariam de tudo para te ver esbanjar aquela alegria novamente.
Sinto por você, que poderia ter um futuro lindo.

Vá em paz, Deivid.
Sentiremos sua falta.

27 de outubro de 2008

Macumba Generalizada

Há restos de parafina vermelha na esquina.

Somos irmãos,
Feitos sob os preceitos da igualdade,
Amamos o próximo,
Vivemos em fraternidade.
No lindo mundo pink and blue da Utopia, talvez.
A realidade se contrasta com a cegueira consentida e conformada dos que se julgam cidadãos.
O tipo de contraste que só o preto no branco tem.
Forte, chocante. Escravista.

"As pessoas estão se destruindo."
Disse um amigo logo após um assalto.
Passamos pelo que eu acredito ser o período mais egoísta da humanidade.
A obtenção da ciência parece ter punido a sã consciência.
O que nos rodeia hoje é uma cidadania hipócrita, exaltada sem porquê.
E tudo deve ser dito na Terceira Pessoa do plural, porque esse desagradável Yin Yang contemporâneo já faz parte de nossas rotinas, desequilibradamente padronizado.

Há penas pretas flutuando sobre nossas cabeças.

Olhos deixaram de se contemplar para apenas se cruzarem.
O "eu te amo" é tão dito que perdeu o sentido que provavelmente já teve.
Originalmente.
Originalmente, todos somos livres para dar um passo.
O passo define o caminho.
Não caminhamos mais.
Corremos, e hora ou outra, esbarramos em alguma coisa quente, familiar e intrigante que insistem em chamar de
VIDA.
Tão intrigante que deixamos de lado, como um cubo mágico que, guardado numa gaveta, espera anos para ser solucionado, ou até mesmo, nos casos mais graves, aguarda aquele que o tire do marasmo das seis faces de cores iguais.

E a vida se resume a um dia após o outro.
E o outro se resume a uma pessoa atrás da outra.
Passam, se auto-consomem.
Fazem todo sentido. Óbvio, no sentido denotativo.

Há sangue debaixo de nossos pés.

Há milênios conotativos
Ouvi dizer que as pessoas só queriam a paz.
Palavra clichê, digna de ser escrita nos trabalhos escolares cujo tema era "O mundo pra você teria...?"
Via todos de branco no início de um novo ano.
Mas, com o passar do tempo passei a notar as ondas puladas.
E os desejos próprios, individuais.
As velas apagadas, o primeiro corte no bolo, o empréstimo, o carnê, a demissão, o desenvolvimento, a auto-promoção, auto-estima, auto-enriquecimento, auto-satisfação.


Auto: próprio, por si próprio, independente.
Absolutamente, vivemos numa repartição.

Cabines individuais, em que a vida do "próximo" só é averiguada por meio da curiosidade.
Interesse pelo coletivo. Sentido conotativo.


Há macumba diante dos nossos olhos.

22 de agosto de 2008

Algo sobre sentidos.

Reclamamos.

Do que ainda não alcançamos,
Do que nos foi tirado,
Do que nos é dado,
Do que sentem ou não sentem por nós,
Do que idealizamos,
Do que não concluímos,
Do que os outros não concluem por nós.

A reclamação se torna automática, por vezes até instintiva.
Constantemente banal.

Por vezes desejamos uma nova vida, com novos objetivos, novas pessoas, novos empregos, nova personalidade...
E novos motivos para reclamar, talvez.

Tenho vivido experiências marcantes, e sinto o desejo de compartilhá-las, por mais que o diálogo seja apenas entre eu e este computador.
Ainda assim, essa acirrada discussão desperta em mim opiniões antes desconhecidas ou meramente banalizadas.

Na semana passada, comecei a trabalhar como intérprete de Libras de um aluno surdo, num curso de gastronomia.
Não fosse a complicação dos termos técnicos e a responsabilidade de passar uma mensagem a alguém - podendo ou não comprometer seu aprendizado - a situação não me geraria grandes emoções.
Mas acontece algo a mais nessa experiência, e isso sim me faz repensar muitos conceitos. Ou apenas, pela primeira vez, parar para pensar nesses conceitos.

Imagine-se privado de algo que é seu, por direito.
Imagine agora que isso que lhe foi tirado o diferencia dos demais.
Imagine a vida sem som.
Imagine o mundo sem música.
Ou ainda, uma vida sem luz, sem cores, sem voz, sem cheiros.
Vida sem mobilidade, vida quieta.

E o que escrevo aqui não é movido por dó, nem quero causar compaixão em quem lê.
Pessoa com deficiência é tão pessoa quanto qualquer outra.
E ouso dizer: é até mais pessoa.
E não quero ser mais uma a declamar clichês como "eles são fortes", "eles superam tudo", "eles devem sofrer tanto..."
ELES poderiam ser nós, e vice-versa.

Às vezes vejo amigos imitando uma ou outra deficiência, a fim de me irritar.
Confesso que realmente não gosto desse tipo de comportamento, que expressa infantilidade diante de situações que merecem aplausos, e não risos.
Confesso aqui também que, quando criança, minha mãe me levava à escola para crianças especiais, e que me divertia com elas, tanto quanto o fazia com outros amigos.
Até que alguém, não me lembro quem, nem quando, nem onde, me fez crer que essas crianças eram diferentes e deveriam ser tratadas como tal.
Talvez tenha sido um auto-conselho, a memória me falha.
E tive nojo. A palavra é essa, nojo. Nojo daquelas crianças especiais.
E até hoje padeço por isso. Mai tarde, transferi esse nojo para mim, por esses pensamentos absurdos.

Nesses últimos tempos, também, senti atmosferas de superficialidade em diversos lugares.
Acadêmicos, culturais, estudantis.
Tudo em volta exalava futilidade, odor antes pouco perceptível.

E a junção dessas duas realidades me faz pensar.
E repensar sobre o que é realmente importante.
Algo é importante apenas quando em comparação com outra coisa?
Um sapato x menos pior que um sapato y.
Uma paralisia x é menos pior que uma doença mental y.

X em função de Y.
Vivemos em um mundo de opostos, onde o vetor que guia o olhar tem mais importância do que o que se olha em si.


Reclamamos.
E sempre reclamaremos.
Mas que a repetição não nos domine.
Ao invés de Re Clamar, clamemos por algo mais.
Clamemos pela vida, e agradeçamos por ela.

29 de junho de 2008

Sobre um dia... Atípico.

Felicidade não é perceptível quando se faz um balanço geral, uma média entre bons e maus momentos da nossa vida.
Percebo felicidade nos momentos, que podem durar segundos ou horas, como foi o caso hoje.
Instantes curtos, mas não efêmeros.
Trazem consigo um peso de eternidade, uma paralização do tempo.

Compararia todo esse dia a uma grande perda consciente de consciência.
Um desmaio contínuo de oito horas, uma desassociação de todas as obrigações, deveres, das coisas massantes que compõe nossos dias naturalmente robotizados.
Uma entrega integral a sentimentos antes desconhecidos ou não-entendidos.

Mas há uma grande diferença entre este desmaio a que me refiro e aquele que faz com que meninas indefesas tremam de medo diante de uma padaria solidária.
A sensação de sonho constante não passa.
E a diferença deste dia feliz para tantos outros dias felizes é que eu não precisei chegar ao seu fim, olhar o espelho e me dar conta de que de fato, foi um bom dia. Me dava conta disso a cada segundo, do começo ao fim.

Nada teria o poder de destruir tal dia.
Foi demasiado bom para que um carrinho de resgate qualquer o destruísse.
Consideremos este como um lapso, sabe?
Como naqueles sonhos, em que temos a situação perfeita - com a pessoa certa, num lugar alheio ao mundo, ao som de uma trilha sonora inesquecível - e algo como um pinguim de mini saia cantando Éguinha Pocotó aparece.
Se me permite dizer, desculpas são entediantes.
Principalmete quando não há o que desculpar.
Nem tudo precisa de uma explicação sensata.
Aliás, se tudo tivesse uma definição de enciclopédia, aquelas trocas de olhares não seriam tão significativas, já que há coisas que palavras estragam sem querer.

São imprevistos, surreais situações paralelas que exaltam todo o magnífico dia daquele parque isoladamente lotado e daquela pessoa infalivelmente maravilhosa.

Tanto a dizer, e, no entanto, só me vem à cabeça uma palavra:
Obrigada.

24 de junho de 2008

Tarô-lógico

A inércia me consome.

Sou tomada por todos os lados por forças que me anulam.
A energia potencial em mim se deixa conduzir pela total letargia.
E sim, essa é uma referência a minha aula de física de ontem.

Mas, ignorando aulas, conselhos e condições...
O que eu quero?

Paira essa nuvem sólida sobre a minha cabeça, em contraposição a todos os objetivos que já me foram dados e /ou criados por mim.
Agora sou levada pela maré, mas a espera de que?
De um bote laranja que me conduzirá a terras firmes?
De uma pequena ilha com um coqueiro no meio?
De um grande continente, a minha espera para ser explorado?
Ou apenas de continuar a deriva, desbravando os mares e ficando com e pele toda enrugada?


Ah, a angustiante situação da escolha.

Pedi a minha irmã que tirasse meu tarô, outro dia.
'Um tarô mitológico', disse ela.
'Ai, me custou tão caro e já apresenta esses defeitinhos...'
É bom saber que o meu tão esperado destino está em algumas cartas defeituosas e custosas.
Pelo menos a coisa assume uma márcara mais real, mais contemporânea.

Mas, de fato, aquele tarô me assustou.
O ilustrador deveria ganhar um prêmio Nobel de Terror, com suas facetas obscuras e significados ocultos nos lugares mais insignificantes, como o Lírio branco jogado atrás da árvore escura, que serve de abrigo para os esquilos do vale, que assistem ao pôr-do-sol de cores incandescentes, ofuscando a visão da mulher de vestido rosa que passa em frente ao rio.
Realmente, só a carta merece mais dedicação em sua interpretação do que a própria vida da pessoa!

Mas enfim, depois de dois jogos de tarô, descobri que - atentem bem, é uma descoberta supreendente - minha vida se encontra numa encruzilhada.
'Minha nossa!', vocês dirão.
Não é surpresa pra mim, para descontentamento geral.
Seria uma surpresa se, por um lapso do destino, eu escolhesse um caminho por fim!

Uma carta em especial me causou um pouco de desconforto.
Nessa carta paira a dúvida, o conflito, a indecisão. (não diga!)
Há uma mulher e um cachorro sem face por olharem para muitos lugares ao mesmo tempo.
Há uma atmosfera escura, uma lua aparentemente plácida e uma paisagem aterradora.

Mas o que me atraiu maior atenção foi a presença de um caranguejo, aos pés da moça.
'O caranguejo não sabe a qual mundo pertence...' disse o livro de interpretação - minha irmã ainda não é taróloga profissional, tenham paciência- 'ele vive ao mesmo tempo em comunhão e repulsa com a água e a terra, se divide entre o sólido e o líquido. Pertence aos dois mundos, não admite invasões ou salvamentos, vive num impasse.'


Caranguejo, caranguejinho.
Sua aparência antes me repelia, sua carne me servia de almoço.
Mas agora sua personalidade me atrai, me intriga.



Por que me rendo a essas divagações, quando poderia estar fazendo algo, então?
...
Boa pergunta.

28 de maio de 2008

Maria Ninguém

Maria ninguém
É Maria e é Maria meu bem
Se eu não sou João de nada
A Maria que é minha
É Maria ninguém
Maria ninguém
É Maria como as outras também
Só que tem que ainda é melhor
Do que muita Maria que há por aí
Marias tão frias, cheias de manias
Marias vazias pro nome que tem
Maria ninguém
É um dom que muito homem não tem
Haja visto quanta gente que chama Maria
E Maria não vem
Maria ninguém
É Maria e é Maria meu bem
Se eu não sou João de nada
A Maria que é minha
É Maria ninguém
Maria ninguém
Do you want to know a secretdo you promise not to tell
Maria ninguém
Let me whisper in your ear
Say the words you long to hear
I'm in love with you
Maria ninguém


[João Gilberto/Carlos Lyra]

25 de abril de 2008

A igualdade dos anormais

Todos seguem parâmetros para serem únicos.

O desejo pela diferença não parece muito racional.
Tantos lutam pela igualdade, e ao mesmo tempo, vivemos em oposição à ela.
Nunca seremos únicos, por sermos todos.
Nossa personalidade depende dos outros para existir.
Evoluímos por comparação.

Somos catadores de qualidades.
Vemos graça em um, compreensão em outro.
E nessa absorção da nossa personalidade, alguns defeitos entram despercebidos.

Não é mera coincidência nos identificarmos com tantas pessoas nunca antes vistas,
que sofreram o mesmo processo que nós.
Ou nos negarmos a crer na semelhança com alguém que detestamos,
simplesmente por vermos nesse alguém defeitos nossos.

Construimos assim uma máscara, constituída não por gesso ou argila,
Mas por peles, carnes e ossos.
Somos réplicas, desde tempos remotos.

Ninguém é original, e ao mesmo tempo somos origem de muitos.
Originalmente medíocres.

Mas ainda assim, exaltamos um ser único.
Todos, no fundo, querem ser apreciados por sua diferença.
E vangloriam sua excentricidade.

"Não sou comum, sou excêntrico"
[Excentricidade: Afastamento em relação a um centro.]

E não enxergam que, os ditos "normais" vivem sua vida circular independente dos que estão a sua volta ou do que são rotulados.
Enquanto os "excêntricos" vivem em translação. E vivem em função do desapego de seu eixo, sua origem.

Quando aprenderemos que as diferenças nos separam?
Diferenciamos-nos ao nos igualar?



E viva a evolução!

18 de abril de 2008

Fuvest tarja preta.

"O vestibular é uma droga"

Perca suas faculdades.
Inspire carreiras, enrole o futuro em guardanapo.
Queime suas possibilidades.

Faça disso então a sua profissão.
E vicie-se na vida.

Pleonasmo do fim.

-"I'm making belive, that you're in my arms...."

-Shiuu!

-"...though I know you're so far way..."

-Quieta! Tô vendo o jogo!

-"...making believe I'm talking to you..."

-Será que dá pra ficar quieta?! Isso é importante!

-Um jogo? Do tipo que dura 90 minutos, e seus personagens principais são adorados ou odiados pela quantidade de gols que fazem?!

-Sem ironias, ok?! Me deixe sossegado aqui!

-Um jogo, de derrotas e empates....mais importante que nós.

-Ahh! O que você tem hoje, hein?! Não te fiz nada, mulher!

-Tem certeza?

-Claro! Estava aqui assistindo meu jogo tranquilo e você vem me encher a paciência.

-Acontece que você assiste o mesmo jogo...há anos.

-O que foi que você disse?

-Nada... esquece.
"...wish you could hear what I say..."

-Juiz ladrão do caramba!! Só pode ser falta de sexo!

-Disso você entende, né?!

-O quê, de sexo?! Ô se entendo!

-Não, de arbitrariedade mesmo.

-Como assim? Goooooooooooool!

-
Sem regras, sem obrigação, facultativo.

-Do que diabos você tá falando? Com esse gol a gente vai pra prorrogação!

-De mim...

-Humpf! TPM é foda.

-....e dela.

-Dela?! Quem?

-Uma vida inteira de derrotas e empates. E eu, ingênua, erguendo seus troféus.

-Quê?! De quem você está falando, hein?

-Dela! Ou melhor, Da Sua...

-Você só pode estar louca! Essas novelas põem isso na tua cabeça!

-"...making believe is just another way of dreamin', so till my dreams come true..."

-Pare de cantar! Você sabe que eu nunca tive nada com ela!!

-Nunca é nada... até virar alguma coisa.

-Mas nunca chegou a ser alguma coisa! Você é importante para mim!

-Final do campeonato...

-E..e..e...eu...sempre te amei.

-Noventa minutos...

-Quer parar?! Nosso casamento não é um jogo!

-Não...menos que isso. É arbitrário. Sem regras, sem obrigações, facultativo.
Sou o juiz, de uma partida sem jogadores.

-Tudo isso por que eu te pedi para parar de cantar?

-Tudo isso porque você me impediu de sonhar.

-Porque eu quero que você seja a minha realidade.

-Mas eu quero simplesmente viver minha vida de sonhos de ontem.

-Você é meu porto seguro.

-Para, ao dormir, sonhar com mares revoltos? Dispenso.

-Já vi que é inútil dizer "te amo".

-Prorrogação.

-Eu amo VOCÊ. Só você.

-E eu AMO você. Só amo.

-Acabou então.

-Seria pleonasmo dizer que acabou.

-Empate.

-Boa noite.

-Boa vida.

-Bom jogo.

-"...I'll whisper "Good night", turn out the light, and kiss my pillow..."

-"...making believe it's you."

8 de abril de 2008

Eu adoro uma boa hipocrisia!

(me referindo à palavra, obviamente)

7 de abril de 2008

Agora eu sei o que é cedo ainda.

4 de abril de 2008

2 de abril de 2008

Mercantilização da Beleza


Em decorrência do acelerado desenvolvimento tecnológico presente nas diversas áreas da ciência, há séculos, presenciamos a constante e insaciável transformação do mundo, sem nos darmos conta de sua gravidade. Paisagens vêm mudando, e - embora tão preocupante quanto - não são às geleiras e aos desmatamentos a que me refiro. A paisagem em questão é a da identidade pessoal, ou, melhor dizendo, da padronização da beleza.

Com a evolução nas técnicas de cirurgia plástica e tratamentos estéticos, as pessoas não conseguem mais enxergar e apreciar as qualidades que as diferem das demais. É o que ela mais querem, ser as demais. Aparentemente, há muitos seguidores da "malvada madrasta" de Branca de Neve ao redor do mundo, dispostos a tomar quaisquer poções ou fazer quantas horas de peeling quanto forem necessárias.

Por um lado, recorrer a soluções do tipo, aumenta a auto-estima - muitas vezes mais do que o suportável - dos inconformados de plantão. Por outro, descaracteriza-os de tal maneira que perdem a noção de quem são e vivem em função da famigerada beleza.

Preocupante é pensar que o mundo quer padronizar características antes admiráveis por sua beleza e naturalidade, agora dispostas em vitrines e vendidas aos lotes.

Porém, ainda podemos ter esperanças. Há séculos, padrão de beleza passa por mudanças drásticas. Mulheres já foram amadas por sua gordurinha adjacente, seus cabelos (permanentemente) armados, suas peles brancas, suas mini-saias. Pois quem sabe um dia o padrão não seja "despadronizar"? Ou seja, padronizar a naturalidade e constatar nela uma origem também natural, não produto de bisturis e descolorações.

A solução talvez seja estimular, e não impor a auto-confiança. Assim, passaremos a valorizar nosso real e sincero reflexo, ao invés de viver em função dele.
Continuo a mesma de sempre, igualzinha.
Sempre querendo mudar.

17 de março de 2008

A Ordem Têxtil

Estranho o prazer de passar roupas.
Sim, passar roupas.

Vê-las retorcidas, conseqüências de centifugações, enxágües e secagens ao sol.
Roupas que carregam consigo nossos dias, nosso suor.

Acumulam-se em montes, indistinguindo-se por importância ou maciez.
Todas alí para um fim.
Serem passadas.
Serem esclarecidas.

Roupas se equiparam a problemas.
Quando maior o requinte, maiores as precauções.
Quanto mais delicado o tecido, tanto maior a necessidade de cobri-lo com panos.
Se é tecido grosso, a força nos move.
Se é camisa de trabalho, engomamos.
Se muito amassado, envolve-se em uma neblina cega de vapor.
O avesso pode ficar amassado, mas o lado de fora, impecável.

E, em poucos vai-e-vens de mão, o problema se torna liso.
O tecido se soluciona.
Conserta-se o consertável.

E sentir o que outrora foi sujo, jogado, banhado, enxagüado, rodopiado, torcido, esturricado.
Senti-lo macio. Sem pregas, ranhuras.
Vê-lo adaptar-se confortalvelmente às diversas circunstâncias.
E torná-lo apresentável.
Dobrar, costura sobre costura, e acomodá-lo em pilhas, não montes.
Grandes colunas fortes que se formam com a sua resolução.
Um alicerce de roupas.

14 de março de 2008

Sobre o aquecimento.

Especialistas dizem que o caos do aquecimento global se agrava a cada dia, e que é provocado por ações individuais até então rotineiras na nossa concepção.

Mas isso tudo é uma grande invenção!
Sensacionalismo barato, como não?!
Tudo pra dar IBOPE!

Pois lhes contarei a mais pura verdade.
Há alguns anos atrás, numa viagem à Antártica, agonizando sob o impiedoso frio da região, fiz minha caminhada do dia.
Nada, além dos habituais encontros com foquinhas amistosas e pinguinzinhos engravatados, interferiu no meu bucólico caminho... até que, ao olhar um pouco mais a frente, em meio a toneladas de neve, eis que surge um longínquo ponto preto.
Mais tarde, vim a constatar que não se tratava de uma pedra ou uma mancha de petróleo, mas de uma pessoa, um velho, barbudo e maltrapilho. E este se encontrava lá, concentrado numa atividade até então desconhecida.
E, em meio a congelante atmosfera, fui até ele. E, conforme chegava mais perto daquela estranha figura, senti calor, sim, calor. E percebi então que, no entorno do homem, a neve se derretia, lentamente mas de maneira eficaz.

E por fim, há apenas uns metros dele, já não poderia seguir em frente, tendo em vista que o solo já não era estável.
Mas persisti, e fui até ele, afundando algumas vezes, me afogando, sendo levada pela correnteza de gelo derretido. E o senhor lá, imóvel. Concentrado em sua missão.

Gritei:
-EI! SENHOR! NÃO FIQUE AÍ PARADO, ME AJUDE!
Ele respondeu:
-Não posso.
-POR QUÊ??
-Estou fazendo meu jantar.
-AH! ÀS FAVAS COM SEU JANTAR! ME AJUDE!

E depois de um longo silêncio, com a expectativa me dominando, ele se levantou e disse:

- Daqui a 2 minutos, ok? O miojo não pode esperar.




E eis aí a verdadeira teoria sobre o derretimento das calotas polares.
A culpa é do velho eremita que come Nissin Lamen todo dia.
Que parar de poluir o quê!
Vamos é matar a merda do velhinho!
E ainda dizem que ele dá presente no Natal. Hãmpf!

E TENHO DITO.

22 de fevereiro de 2008

Abstraia-se

Você tem que fugir de onde você está!
Corra por campos imensos

Sinta o horizonte se aproximar
Veja aquilo que seus olhos não vêem
Já foi demasiado saturada daquilo que lhe é possível

Farte-se do surpreendente

Ilimite-se de possibilidades
Não é dever da quarta parede existir


Mas eu não consigo!


Se se convencer de suas limitações, as limitações de fato surgirão
Esqueça da vida real, dos momentos reais, das sensações reais, das histórias reais
A realidade só pode te atingir até que feche os olhos

E então, sob o aspecto de uma "viagem", fuja.

Me pede para pensar naquilo que não existe, fugir de tudo o que conheço.
Ou não pensar.
Me pede para esquecer o que já passou, sendo que a vida é feita de recordações.

Só porque você quer.


Tente esquecer então!

Quando preciso esquecer de algo ruim, é justamente o que insiste em permancer em minha cabeça.
Meus pensamentos não me obedeçem.

Ordeno: "Não quero pensar mais nisso!"
E começo a pensar em coisas diversas, em coisas inconcebíveis a momentos atrás.
E me pergunto: "Por que começei a pensar nisso?"
Para esquecer, PARA ESQUECER!

E nisso, me lembro.

Não é uma tarefa fácil esquecer.


Ninguém disse que era
O pensamento não precisa ser controlado
E sim, descontrolado
Não ordene.
Mantenha as coisas sob controle e responderá sempre em relatórios, cumprirá as mesmas obrigações e manterá suas possibilidades limitadas pela burocracia.
Tente descontrolá-las.

E como faço isso?
Enlouquecer-me conscientemente.

Pense no ato.
No momento.

Consequências, resoluções e antecedentes não existem na sua abstração.

Simples assim?

Serei então capaz de abrir-me ao mundo irreal que tanto fala?

Não apenas o mundo.

Conquistará galáxias inteiras.

-Quando?

-Quando se sentir ilimitada.
-Pode ser hoje?

-E as 24 horas não representam um limite para você?

-Não mais.

-Então, sim. Pode ser agora.
-Flutue comigo.
-Já estou no ar, meu bem.
-Já te alcanço!
-Demore o quanto for preciso.

-Mas e se....se eu demorar muito?
-Justamente o "se" te trará até aqui.
-Como?
-"Se" você fosse um pássaro, "se" você sentisse o vento te carregar, "se" você quisesse... Já estaria aqui, garanto.
-"Se" eu me esforçasse? "Se" eu abdicasse de tudo?
-"Se" você deixasse tudo dentro de uma caixinha... Te devolveria a chave depois.


Abstraia-se.


4 de fevereiro de 2008

CHEGA



A revolta termina em CHEGA
As brigas terminam em CHEGA
Os ultimatos terminam em CHEGA
Os desabafos terminam em CHEGA
Ou não terminam.

O CHEGA nunca é esperado.
E, se não é esperado, tem um choque maior.
Ou passa despercebido.

Mas o que, de fato, o CHEGA termina?
Chega o CHEGA a chegar alguma coisa?

"Chega de gritar!!!"
E ao pedir isso, gritamos.

O CHEGA leva à ordem, ao comando.
CHEGAs não são ditos cordialmente
Não são pedidos.

E, mesmo ordenado, o CHEGA não tem poder.
Continuaremos cometendo os mesmos erros.
"Eu não aguento mais isso! CHEGA!!!!"
Na maioria das vezes é pelo bem geral.
Mas ainda assim, é o bem imperativo.
"Chega de chorar."
Ninguém respeita ordens.
Ainda mais vindas de si mesmo.


CHEGA DE DIZER CHEGA!
O chega não basta.
Quando a loucura se apossa,
É foda continuar tentando ser
a outra pessoa.

Dedução.

Deduza-me,
Deduza o que não sinto,
E então me fará feliz.
Deduza o meu vazio,
E então me completará.
Deduza o que eu nego,
E então te direi sim.
Deduza meus desvios,
E eu mostrarei o caminho certo.
Deduza meus medos,
E então serei corajosa ao seu lado.

Deduza.
Minhas pistas
Meus estilos
Meus sorrisos
Meus toques
Deduza.
Meus gritos
Meu silêncio
Meus ímpetos
Minhas necessidades

Me deduze,
Me ajude a me deduzir.
Me deduza dos seus impostos, das suas perocupações.
Me deduza da vida, tão simples e perto.


E por favor,
Deduza esses meus pensamentos loucos.

2 de fevereiro de 2008

O mais, o menos, o não. Fazer.

Sabe o que é?
Não tenho o que fazer.

E por que você não tem?

Por que não quis.

E reclama agora?

Mas quando não quis eu não queria mesmo, e agora quero.

Então faça.

Agora já passou.

Então todos estão sem o que fazer agora?

É...

Então por que se sente tão mal?
Todos se sentem como você.

Não me sinto mal. Apenas... com menos coisas para contar.

E o que você me conta do que seu não-fazer?

Ouvi Autran recitando poesia, Balabanian encarnando Lispector, e Fitzgerald cantando suas angútias.

E quando fechou os olhos?

Ah...Andei descalça na areia, senti o sopro dos deuses no pescoço, o cheiro da chuva me dominou, ouvi atentamente os susurros ao meu lado, protegi os olhos para que os raios de sol não me machucassem a vista, abracei meus medos, distribuí lágrimas, cantei a vida.

...

Faça mais não-atos de vez em quando, ok?

Máscara pensante

Sento num sofá e ouço.
Quase como obrigação, me ponho a pensar.
O pensar necessário, porém indiferente no cotidiano.

Queria ter a prolixidade que tantos apresentam, que todos prezam.
E desmoronar palavras sobre as mentes, sobre os corações distráidos.
E fazê-los pensar também.

Queria também dizer em um olhar o que não se é dito em um livro inteiro.
A capacidade de emocionar.
O poder de arrepiar o coro cabeludo com um relato.

Queria ser Lispector.
E me deleitar confortável no pensamento dos que nunca pararam para pensar.

Nada do que digo parece palpável aos olhos dos que escutam.
Talvez erre ao tentar convencer.
A persuasão nunca foi um dos meus fortes.
E no entanto, prossigo justificando, e tentando me fazer entender.

Quando poderia ser entendida de tantos outros modos.

Talvez não deva argumentar ou questionar.
Afirmar parece ser a solução.
Mas se minhas afirmações buscam respostas, seriam então interrogações?
E a solução?

Estaria ela no fim
ou na resolução?
Na resolução final, no fim agradável?

Não há soluções, nem respostas que me satisfaçam.
E no entanto as busco sempre.

E a busca prossegue, atrapalhando meus pensamentos.
Aqueles que deveriam ser expostos.
E continuam atrás da neblina densa do "que fazer?", "como agir?" e "mas e se...?"

E a leveza solta dos pensamentos
De repente se torna dura, dolorosa.
Impede o agir, o prosseguir.



Quando no entanto, pensar é o próprio ato.

25 de janeiro de 2008

Esteriótipos de horas.

"Ei, que horas são?"

Hora de criança dormir.
Hora da janta.
Hora de ver novela.
Hora da missa.
Hora de acordar.

Quem determina as horas?
Por que há um limite para elas?
Por que, em certo momento, a hora acaba, mesmo que isso não interfira no andamento do tempo?
Tudo terá uma hora para acabar?
Ou será o fim dessa hora apenas o começo de um grande momento?

Horas são relativas, eu digo.
O que estará um homem, que acabou de perder o filho num acidente, fazendo durante o nosso jantar?
O que estará uma criança faminta fazendo enquanto jogamos as sobras do almoço fora?
O que estará um casal de jovens apaixonado fazendo num quarto de hotel enquanto nós temos uma conversa sobre o preço do feijão?
E uma mulher de meia idade, feliz no casamento, feliz no trabalho, o que estaria fazendo se pendurando no parapeito da janela enquanto oferecemos produtos pelo telefone?
Ou o que estaria pensando um homem que atravessa a rua enquanto, a km de distância, eu choro de tristeza?

Horas deveriam ser (in)definidas pelos pensamentos, pelos humores, pelas situações não-esclarecidas.

Hora de chorar.
Hora de se inconformar.
Hora de ser apático.
Hora de ser beijado.
Hora de se perguntar por quê?
Hora de se arrepiar.


Uma vida não deveria ser limitada por horas.
"Esteja aqui antes das 11!"
E os dias sub-divididos por elas.
"Meia-noite"
Horas são paralelas, equivalentes.
Maldita mania do homem de botar limites em tudo!
E prazos. E validades. E cobranças.


Acredito sim nos momentos.
Momentos duram horas, dias até. Ou segundos.
Duram o tanto quanto forem necessários.
E assim deveriam ser as horas.

Acordarei no pôr-do-sol e dormirei na alvorada.
As buzinas da hora do rush embalarão meu sono.
E a hora da lição de casa será para brincar de Barbie.
Darei risada durante uma cirurgia.
Ouvirei música enquanto o PCC queima ônibus.
Chorarei durante a apresentação do palhaço.
Citarei Dostoiévski enquanto discutem a Turma da Mônica.
Ficar com cara de ânus enquanto todos rolam na gargalhada.

Eu faço as minhas horas.
My Personal hours.
Adaptáveis e imutáveis. Profundas e superficiais.
Mas são MINHAS horas.


Xô mundo!

20 de janeiro de 2008

Em jus a fantástica noite lameada
Aos sentimentos recentes
Aos gritos abafados pelo discurso telefônico
Ao meu invejoso cabelo armado
E ao meu All Star-vaso de planta.

Eis uma músiquinha:

Eu não sei o que vi aqui
Eu não sei prá onde ir
Eu não sei por que moro ali
Eu não sei por que estou

Eu não sei prá onde a gente vai
Andando pelo mundo
Eu não sei prá onde o mundo vai
Nesse breu vou sem rumo

Só sei que o mundo vai de lá prá cá
Andando por ali, por acolá
Querendo ver o sol que não chega
Querendo ter alguém que não vem.

Cada um sabe dos gostos que tem
Suas escolhas suas flores, seus jardins
De que adianta a espera de alguem
O mundo todo reside dentro em mim

Cada um pode com a força que tem
Na leveza e na doçura de ser feliz

2 de janeiro de 2008

Eii! Olha o Ano Novo aí gente!!
Eis alguns conselhos pra começar o ano com o pé direito....ou seria o esquerdo?! Ah! FODA-SE, siga se quiser =D


-Não comam nenhum animal que cisque ou ande pra trás. (siri, galinha)
-Pule sete ondas do mar (dizem que se você consegue enfrentar todo o xixi, espuma marrom e alcool da Praia Grande, seu ano não será dificuldades!)
-Faça alguma simpatia... daquelas de desencalhar, de enriquecer, de progredir, de matar a sogra....MAS FAÇA.
-Amarre 20 fitinhas do Senhor do Bonfim no braço, e torça pra que seu sangue não pare de circular.
-Tome milhares de sustos com fogos de artifício, rojões, bombas (legais ou caseiras), tiros de fuzil e estalinhos.
-Use branco! (eu sei que engorda, mas é só um dia do ano que você PRECISA querer paz!)
-Faça amizade com os vizinhos! Eles sempre têm um comentário a fazer da sua roupa.
-Delicie-se com todos os cachorros da vizinhança latindo desesperados(inclusive o seu), à espera do fim do mundo.
-Assista a São Silvestre! Nada mais empolgante que ver o mesmo queniano ganhar a mesma prova pela 4ª vez consecutiva....inesperadamente!
-Beba muito. Muito mesmo. Chandon ou Chuva de Prata, Bohemia ou Crystal.....Apenas bota na boca e engole.
-Caso a bebida não o faça feliz, assista o Show da Virada e ria dos cantores que agora devem estar em casa comendo uma coxa de peru com um guardanapo de 50 reais. (Sim, é gravado)

E, enfim
FELIZ ANO NOVO!
(Eu já falei pra beber, né? Ah tá =D)