29 de julho de 2017

escritos antigos 1

O amor não é uma paixão, definitivamente. Não cheira à flor murcha, quase seca e nem tem o gosto das amêndoas amargas das paixões. O amor cheira à terra. É o solo das raízes, é a própria raiz. Pode ser encontrado facilmente: um farol numa maré baixa. A paixão se localiza bem mais distante da crista das ondas, abaixo, profundo, a paixão é o que move as ondas do dia seguinte.
Talvez assim: Os amores se dão nos pés, no chão fofo que cheira à vida. As paixões se dão nas abissais ocêanicas cuja aparência desconhecemos. É tudo uma questão de se olhar pro elemento.

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