Só quando eu paro de correr atrás é que eu olho pra trás e vejo que não há ninguém correndo.
Parabéns, me dizem.
Ou não dizem, esquecem.
Ou não esquecem, não querem dizê-lo.
Melhor assim.
Antes o não dito sincero que o dito por obrigação.
Convenhamos, é maior que um aniversário. É não ter motivo pra sorrir porque nada daquilo que não faz sorrir parece ter um conforto em outro lugar. É saber disfarçar em respiração calma o choro amarrado. De feridas abertas trocar continuamente o curativo dos que já nem sentem a dor. Convencer-se da força para não enfraquecer ainda mais quem não tem mais alicerces seguros. Saudar as antigas amizades imaturas que seriam eternas enquanto durasse, eternidade estreita, insuficiente. Perguntar-se das amizades maduras, se existem, pois parecem desconfiadas demais para se deixar levar pelo abraço. Saber-se substituível depois de um auto-convencimento de anos sobre alguma coisa parecida com ser especial e única.
Duas décadas que a uma pessoa com má memória só vem as más lembranças.
Ou as boas e finitas.
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