21 de julho de 2010

vendo flores artesanais

Da trama
Da forma
Das arestas
Dos fiapos
Das agulhas


fazer flores soa pretensioso
uma
meus trapos ao chão forram a cama
após outra
divisórias de oxigênio
e outra
a beleza do mundo parado
uma quarta
ponteiros disputando corrida
arremate
névoa branca nas narinas peludas
mais uma
faço-me dispensável
depois mais uma
a espera de um susto
e outra
correr sentada tropeçar e sentar
a penúltima
persuadindo a mão de seu fim
e última
o recomeço tarda
linha
impotência de ser sem ser
pano
palavras para ninguém que apenas ouça

apegada ao desespero de se apegar

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