11 de fevereiro de 2012

Olás à toa

Deles, os mais detestáveis são os que não se despedem.
É como se o adeus desse validade à noite. Como se ele determinasse a validade.
A ausência do adeus não dá poesia no momento do adeus. Dá depois. No momento é só ausência, só falta de adeus. A noite não deixa de terminar pelo descumprimento da despedida. Ela deixa de terminar pelo que se imagina, depois, acerca da despedida. Não é do tipo de poesia da noite que é eterna pelo beijo impedido do amado, poesia branca de neve. É o tipo de poesia que você faz com os olhos perplexos olhando o teto enquanto está deitada, o tipo de poesia que te faz pensar nessa cama ocupada por um.
E bastava um tchau.

Nenhum comentário: