1 de fevereiro de 2012

não acredito no que sai da minha boca,
mas vou acreditando em tudo que a beija
vou acreditando em todas as outras bocas
enquanto a minha busca engolir qualquer verdade ou aparência de verdade que esteja passando pelo ar, como um sapo que espreita a mosca como quem espreita um pequeno vislumbre de felicidade naquelas asas furta-cor, e enfim a alcança, e percebe que o sabor não dura nada, nem mesmo a aparência do sabor dura - chiclete furta-cor mascado por uma hora -, assim como a verdade ou a sua aparência.
passo então a querer acreditar. acabo acreditando. acabo querendo. acabo passando.
no fundo o que sai das bocas são varejeiras.

Um comentário:

Bá disse...

Já dizia o ditado sobre bocas e moscas.