5 de fevereiro de 2012

Estrelas na Roda da Misericórdia

Uma vez quis ser personagem de filme, daquelas que tem poesia no olhar. Quis ser poesia por um dia, e nesse dia adotei uma estrela. Dei entrada na papelada. No meu diário escrevi o documento oficial que me dava a guarda, e ele dizia:

"Sentada no banco menor do terraço, com o corpo virado levemente para a direita, olhe pro céu, um palmo acima do telhado da casa da esquina, uns centímetros à esquerda da lua. Ela estará lá, se a lua for minguante."

Mas eu tinha 11 anos e não seria uma boa mãe, então ela fugiu.

Um comentário:

Bá disse...

Me deixou reticências de angústia.